Bahia tem 12 cidades entre as 25 mais violentas do país, Jequié é a primeira com mais mortes
Tiago Marques - Agência Sertão
O levantamento do 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública trouxe dados que revelam que muitas cidades da Bahia estão entre as mais violentas do país, quando se leva em conta a taxa de crimes violentos para cada 100 mil habitantes no ano de 2022.
O índice tem como base os registros de mortes violentas intencionais, que consideram as vítimas de homicídio doloso – incluindo feminicídios e policiais assassinados, roubos seguidos de morte, lesão corporal seguida de morte e as mortes decorrentes de intervenções policiais.
Jequié, com 88 mortes/100 mil hab., é a cidade com mais de 100 mil habitantes com o maior registros de mortes violentas em relação à sua população, considerando todos os municípios brasileiros com mais de 100 mil habitates. A população da cidade tem convivido constantemente com a violência, sempre com registros de muitas mortes, principalmente por uso de arma de fogo. O município tem 158,8 mil habitantes e registrou em torno de 140 mortes violentas.
Na sequência na lista aparecem mais três cidades baianas. Santo Antônio de Jesus (88,3), Simões Filho (87,4) e Camaçari (82,1), na segunda, terceira e quarta posições. Na nova, décima, décima primeira e décima segundas posições aparecem Feira de Santana (68,5), Juazeiro (68,3), Teixeira de Freitas (66,8) e Salvador (66).
Luís Eduardo Magalhães (56,5), Eunápolis (56,3) e Alagoinhas (53) completam a lista de cidades baianas na décima oitava, décima nona e vigésima quinta posições respectivamente.
Ao todo, de acordo com o Censo 2022 do IBGE, 18 cidades baianas têm mais de 100 mil habitantes, o que significa que apenas seis não aparecem entre as mais violentas. São elas Barreiras, Itabuna, Lauro de Freitas, Paulo Afonso, Porto Seguro e Vitória da Conquista.
A taxa geral da Bahia, por sua vez, é a segunda maior do país, sendo 47,1 mortes para cada 100 mil habitates. O primeiro lugar é do Amapá, que teve 50,6 casos por 100 mil. A média nacional é de 23,4 mortes/100 mil hab.
Apesar dos resultados ainda muito negativos, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) comemorou um ano e meio com redução das mortes violentas (homicídio, latrocínio e lesão dolosa seguida de morte). Segundo a pasta, o índice no estado teve queda de 5,9% em 2022, na comparação com 2021, e diminuiu também no primeiro semestre de 2023, se comparado ao mesmo período do ano anterior.
Em números absolutos, a polícia contabilizou 5.167 casos no ano de 2022, contra 5.594 em 2021. A redução de 5,9% colocou a Bahia entre os 10 estados brasileiros que mais diminuíram as mortes violentas.
De acordo com SSP-BA, mo primeiro semestre de 2023, a tendência de queda se manteve. Foram 2.522 registros nos primeiros seis meses deste ano, enquanto no mesmo período do ano passado a polícia computou 2.643 ocorrências, resultando na redução de 4,5%.
“Fechar ainda mais o cerco contra as facções envolvidas com tráfico de drogas é o caminho que seguiremos adotando. Parabéns a todos das Polícias Militar, Civil e Técnica, além do Corpo de Bombeiros. Segurança não é só polícia, mas a nossa parte é feita com muita dedicação. Continuaremos com força, foco e fé”, enfatizou o secretário da Segurança Pública, Marcelo Werner.
Veja as cinquenta cidades mais violentas do Brasil segundo o
| Cidade | Estado | Taxa de mortes violentas a cada 100 mil habitantes |
| Jequié | Bahia | 88,8 |
| Santo Antônio de Jesus | Bahia | 88,3 |
| Simões Filho | Bahia | 87,4 |
| Camaçari | Bahia | 82,1 |
| Cabo de Santo Agostinho | Pernambuco | 81,2 |
| Sorriso | Mato Grosso | 70,5 |
| Altamira | Pará | 70,5 |
| Macapá | Amapá | 70 |
| Feira de Santana | Bahia | 68,5 |
| Juazeiro | Bahia | 68,3 |
| Teixeira de Freitas | Bahia | 66,8 |
| Salvador | Bahia | 66 |
| Mossoró | Rio Grande do Norte | 63,5 |
| Ilhéus | Bahia | 62,1 |
| Itaituba | Pará | 61,6 |
| Itaguaí | Rio de Janeiro | 61,6 |
| Queimados | Rio de Janeiro | 61,2 |
| Luís Eduardo Magalhães | Bahia | 56,5 |
| Eunápolis | Bahia | 56,3 |
| Santa Rita | Paraíba | 56 |
| Maracanaú | Ceará | 55,9 |
| Angra dos Reis | Rio de Janeiro | 55,5 |
| Manaus | Amazonas | 53,4 |
| Rio Grande | Rio Grande so Sul | 53,2 |
| Alagoinhas | Bahia | 53 |
| Marabá | Pará | 51,8 |
| Vitória de Santo Antão | Pernambuco | 51,5 |
| Itabaiana | Sergipe | 51,2 |
| Caucaia | Ceará | 51,2 |
| São Lourenço da Mata | Pernambuco | 50,3 |
| Santana | Amapá | 49,4 |
| Paragominas | Pará | 49,3 |
| Patos | Paraíba | 47,5 |
| Paranaguá | Paraná | 47,3 |
| Parauapebas | Pará | 46,9 |
| Macaé | Rio de Janeiro | 46,7 |
| Caxias | Maranhão | 46,5 |
| Parnaíba | Piauí | 46,3 |
| Garanhuns | Pernambuco | 44,9 |
| São Gonçalo do Amarante | Rio Grande do Norte | 44,9 |
| Alvorada | Rio Grande do Sul | 44,8 |
| Jaboatão dos Guararapes | Pernambuco | 44,6 |
| Duque de Caxias | Rio de Janeiro | 44,3 |
| Almirante Tamandaré | Paraná | 44,2 |
| Castanhal | Pará | 44,2 |
| Campo Largo | Paraná | 43,3 |
| Porto Velho | Rondônia | 42,1 |
| Ji-Paraná | Rondônia | 41,8 |
| Belford Roxo | Rio de Janeiro | 41,8 |
| Marituba | Pará 41,6 |
Tiago Marques

