Bahia pode ser um dos estados mais prejudicados pelo tarifaço imposto por Donald Trump
A Bahia está entre os estados do Nordeste que devem ser mais prejudicados pelo tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, conforme levantamento sobre os principais impactos feito pela Coordenação de Estudos, Pesquisas, Tecnologia e Inovação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Os itens mais exportados são cacau, óleos, pneumáticos e frutas.
De acordo com o Canal Rural, o Nordeste registrou US$ 1,58 bilhão (cerca de R$ 8,7 bilhões) em exportações até o mês de junho. A Bahia ficou em segundo lugar em contribuição, atrás apenas do Ceará e seguida pelo Maranhão. Juntos, esses três estados representam 84,2% do total exportado. Em 2024, o faturamento previsto é de US$ 2,5 bilhões, cerca de R$ 14 bilhões.
“Ao mesmo tempo em que um país exporta, também é importador. O mercado nordestino importou quase US$ 6 bilhões, ou seja, R$ 33,5 bilhões em 2024, em produtos norte-americanos. Aplicando a regra da reciprocidade, os norte-americanos têm muito mais a perder do que a ganhar com a medida do seu presidente”, afirmou o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, segundo a reportagem.
O coordenador de Estudos, Pesquisas, Tecnologia e Inovação da Sudene, José Farias, ressaltou que a medida tarifária não reflete apenas em um recuo no PIB e na taxa de emprego, mas também gera “consequências indiretas muito mais pesadas sobre a cadeia produtiva regional, pois os produtos exportados, em geral, suportam uma longa cadeia de atividades no território, mesmo para produtos primários, como é o caso do cacau enviado para os Estados Unidos”, contou, segundo o Canal Rural.
“Estamos falando de uma pauta muito diversificada, que vai desde ligas de aço, passando por pastas químicas, pneus e variados produtos da agropecuária que, neste caso, são tipicamente commodities”, continuou, ressaltando que os pequenos produtores e agricultores serão os mais afetados.
Vagner Ferreira - Bn@ws