08/06/2020 às 21h12min - Atualizada em 08/06/2020 às 21h22min
Guanambienses e malhadenses podem está em trabalho análogo escravo em Três Lagoas (MS)



Guanambienses e malhadenses podem está trabalhando em situação análoga a escrava em Três Lagoas no Mato Grosso do Sul. Os profissionais saíram de suas cidades com a promessa de receber no mínimo dois mil reais por mês e ter todos os seus direitos reservados, bem como, comida adequada e moradia fornecida pela contratada. No entanto, a promessa não se cumpriu.

Os profissionais afirmam em um vídeo para o site Perfil News que trabalham 12h por dia e em situação precária. “Não tem papel higiênico, não tem estrutura para ficar aqui e queremos ir embora”, diz o malhadense Edione Araujo de 24 anos. O alojamento mostrado pela reportagem, é uma casa que acomoda 13 pessoas e tem apenas uma banheiro.

O guanambiense André de Sousa de 26 anos, afirma que dorme com mais duas pessoas em um colchão de solteiro. “Eu sou pedreiro e vim na promessa de um valor bom e cheguei aqui o valor foi reduzido. Ele (recrutador) falou que o valor de pedreiro era R$ 3.500,00 e vim para ajudar minha família, aqui ele falou que ficava R$ 2.500,00 e para a gente trabalhar até 6h da tarde e no sábado até meio dia”, explicou Sousa.

É relatado no vídeo que a empresa não oferece uma alimentação adequada para os profissionais, que já dormiram com fome. “Já ficamos até sem jantar porquê a comida não dá e tem vez que a gente come salsicha, ovo, mortadela… A comida é feita aqui mesmo, mas a pessoa responsável disse que hoje é o último dia devido a falta de pagamento”, relatou um contratado.

Outra reclamação dos operários é o fardamento, apenas um por profissional. “Não tem como lavar e secar para o outro dia, ficamos com as roupas sujas”, frisou. O guanambiense Sousa também afirmou que não foi realizado nenhum exame admissional pela empresa – “Perguntaram se alguém estava sentido alguma coisa, falamos que não e pronto”.

Questionando sobre as medidas de prevenção para a Covid-19, o guanambiense também disse que não há medidas no alojamento. “O álcool que tem no barraco é o que trouxemos na Bahia”, afirmou ele. Além desses profissionais da região Guanambi, há outros que estão há 45 dias sem receber o salário.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil Pesada do Bolsão Sul Mato Grossense (Sintiespav), Nilvado Moreira está acompanhando os profissionais e afirmou que vai realizar uma denúncia junto ao Ministério Público do Trabalho para apurar a situação. Moreira também afirma que profissionais foram contratos para trabalharem na empresa Prumo de Ouro, terceirizada da Construtora Sial que é responsável pela Construção de Hospital Geral, obra do Governo do Estado.

Um outro site de uma rádio local, afirmou que após denúncia, fez contato com o Governo do Estado do Mato Grosso do Sul – gestor dos recursos públicos das obras do Hospital Regional – através do Programa Toninha Campos e a assessoria comprometeu-se em fazer contato com a empreiteira para dar uma solução aos fatos na sexta-feira (5). Ainda não houve manifestação.

A Agência Sertão entrou em contato com o recrutador da região de Guanambi por meio de dois telefone e não obteve resposta. A esposa de um guanambiense, também relatou a situação do companheiro em um comentário e a Agência entrou em contato com ela,mas não teve retorno. Confira o comentário:

por  Joana Martins - Agência Sertão  -
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