01/07/2025 às 13h34min - Atualizada em 01/07/2025 às 13h37min
Mortes em acidentes com animais nas rodovias da Bahia disparam; especialistas soam o alerta sobre riscos e punições


Animais soltos em vias públicas representam um grave problema para o trânsito, aumentando significativamente o risco de acidentes graves. Compreender os reais perigos e a gravidade desses episódios tornou-se urgente para garantir a segurança coletiva nas ruas, especialmente para os condutores de veículos.

Na última quarta-feira (25), um boi invadiu a BR-324, na altura do bairro de Valéria, em Salvador. O animal correu solto pela rodovia, derrubou um casal de motociclistas e assustou os motoristas que passavam pelo local. O episódio reacendeu o debate sobre como prevenir esse tipo de acidente não apenas na Bahia, mas em todo o Brasil.

 

Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) obtidos pela reportagem mostram que, em apenas nove meses de 2023, foram registrados 175 acidentes envolvendo animais de grande porte, como vacas e cavalos, no extremo sul da Bahia. Além disso, a PRF retirou 503 animais das rodovias no primeiro semestre daquele ano nas cidades de Eunápolis, Porto Seguro, Itabela, Itamaraju, Teixeira de Freitas, Nova Viçosa, Mucuri e Caravelas.

Em 2024, até o momento, ocorreram 96 acidentes com 118 feridos e cinco mortes. Já no primeiro semestre de 2025, o número de condutores mortos em acidentes envolvendo animais superou o total do ano anterior: foram 46 acidentes, 48 feridos e sete óbitos.

Em entrevista ao BNEWS, Fábio Rocha, da Comunicação Social da PRF na Bahia, explicou que o órgão realiza ações preventivas para evitar acidentes desse tipo. “A PRF promove sinalização em trechos com histórico de animais na pista, divulga campanhas educativas e usa redes sociais e imprensa para alertar motoristas, especialmente em períodos críticos.”

Ele reforça ainda que “os condutores devem reduzir a velocidade em áreas rurais, principalmente à noite, manter atenção redobrada e jamais buzinar ou tentar espantar o animal de forma brusca, pois isso pode provocar reações imprevisíveis. Em caso de risco iminente, o motorista deve acionar imediatamente a PRF pelo telefone 191.”

O QUE ACONTECE COM OS ANIMAIS SOBREVIVENTES?
“Quando não há vítimas humanas fatais e o animal ainda está vivo, a PRF aciona os órgãos responsáveis pela retirada e cuidados, como prefeituras, secretarias municipais de meio ambiente, zoonoses ou instituições de proteção animal, conforme a localidade. Se o animal não puder se locomover, pode ser solicitado resgate veterinário, se disponível. Em caso de morte do animal, a remoção também é comunicada às autoridades locais”, explicou Fábio Rocha.

O QUE OS ANIMAIS SENTEM EM SITUAÇÕES DE PERIGO?
A médica-veterinária Ariane Lacerda esclareceu que “animais em perigo podem sentir medo, ansiedade e estresse, assim como os humanos. Esses estados desencadeiam reações de luta ou fuga, o que os deixa desnorteados, especialmente em vias movimentadas, aumentando a chance de acidentes.”

E OS MOTORISTAS?
O tenente-coronel Luide Souza, especialista em trânsito e segurança viária, ressaltou que “as responsabilidades variam conforme o contexto do acidente, e só podem ser determinadas após perícia técnica.” Ele acrescenta que “o Código Penal e o Código Civil preveem punições para proprietários de animais quando estes forem os causadores do sinistro.”

AS PISTAS COM MAIS ACIDENTES
Segundo o relatório da PRF, as rodovias federais com maior número de acidentes envolvendo animais no primeiro semestre de 2025 foram a BR-101 (12 acidentes), BR-116 (11 acidentes) e BR-110 (4 acidentes).

 

Bn@ws

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