16/12/2025 às 10h57min - Atualizada em 16/12/2025 às 10h57min
Operação Opções Binárias: PF mira irmã de Deolane Bezerra em esquema milionário de bets


Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (16), a Operação Opções Binárias, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa suspeita de aplicar fraudes financeiras por meio de plataformas irregulares de apostas on-line.

De acordo com apuração da coluna Na Mira, Dayanne Bezerra está entre os investigados. Ela é irmã da influenciadora digital Deolane Bezerra e filha de Solange Bezerra, ambas presas anteriormente durante a Operação Integration, que também apurou crimes financeiros.

Segundo a Polícia Federal, o grupo é investigado por lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e estelionato digital, com prejuízos estimados em mais de R$ 50 milhões ao Sistema Financeiro Nacional.

Ao todo, estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão. As ações se concentram em São Fidélis, no interior do Rio de Janeiro, e se estendem a bairros da Zona Oeste da capital, como Barra da Tijuca e Recreio. Há diligências ainda em Goiânia (GO), Manaus (AM), Campos dos Goytacazes (RJ), Santana do Parnaíba (SP) e Barra do Bugres (MT).

A Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias e aplicações financeiras, além do sequestro de veículos pertencentes aos investigados. Três empresas também foram alvo das medidas judiciais, sendo que duas tiveram as atividades suspensas.

Quatro pessoas investigadas foram submetidas a medidas cautelares diversas da prisão, como a proibição de atuar em atividades ligadas a investimentos, jogos e apostas, restrição de deslocamento para fora da cidade de residência, recolhimento domiciliar noturno e aos fins de semana, além do uso de tornozeleira eletrônica.

As investigações tiveram início após a PF identificar indícios de enriquecimento ilícito envolvendo influenciadores digitais de São Fidélis. A apuração revelou um esquema estruturado, com a participação de empresários, criadores de conteúdo e contatos estrangeiros, principalmente operadores chineses.

Conforme a Polícia Federal, o grupo atuava em três frentes principais. A primeira envolvia a contratação de serviços para manipulação de plataformas de opções binárias, realizados por operadores chineses e revendidos no Brasil com promessas de lucros elevados e irreais.

Outra vertente do esquema era a contratação de influenciadores digitais para promover plataformas de apostas. Os investigados lucravam diretamente com as perdas dos apostadores captados por meio das divulgações.

O grupo também teria criado uma plataforma própria de opções binárias, usada para atrair clientes. Quando os usuários obtinham ganhos, eram adotadas práticas fraudulentas, como o bloqueio de contas e a retenção de saques.

Em cerca de dois anos, apenas um dos investigados recebeu mais de R$ 28,3 milhões sem lastro financeiro, segundo a PF. A estimativa é de que o montante total movimentado ilegalmente ultrapasse os R$ 50 milhões. As apurações também indicam que integrantes do grupo já tinham histórico de atuação em casas de apostas on-line sem regulamentação, antes mesmo de ingressarem no mercado de opções binárias.

As plataformas de opções binárias funcionam como ambientes virtuais em que o usuário aposta na alta ou na queda de ativos em prazos muito curtos, sem adquirir o bem negociado. Por apresentarem características semelhantes a jogos de azar, essas operações são consideradas de alto risco e não são reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil.

Os investigados poderão responder por lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e estelionato digital.

 

Tiago Di Araújo - Bn@ws

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