15/12/2020 às 15h48min - Atualizada em 15/12/2020 às 15h48min
Faroeste: Ilona Reis foi alvo de operação controlada em janeiro através de operador


Em janeiro deste ano, a desembargadora Ilona Reis, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), foi alvo de uma operação controlada da Polícia Federal. Na ocasião, a desembargadora recebeu R$ 250 mil. Posteriormente, ela receberia mais de R$ 500 mil através do advogado Marcelo Junqueira, com auxílio de Fabrício Boer. O fato ocorreu quando a Operação Faroeste já havia sido deflagrada pelo Ministério Público Federal (MPF) para conter os esquemas de corrupção na Corte baiana. Segundo o órgão, a magistrada não se intimidou em continuar as tratativas com o delator Júlio César para receber propina, mesmo com a operação em curso. 

 

A ação controlada foi realizada no dia 27 de janeiro, ocorrendo no estacionamento aberto do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA). O delator se deslocou de seu veículo para encontrar Marcelo Junqueira, que estava em uma BMW X5. O encontro durou 11 minutos. O ex-juiz eleitoral chegou a manifestar preocupação com a situação de Júlio César, que já era investigado desde a primeira fase da operação. No encontro, Marcelo lembra que já havia feito o pagamento de R$ 200 mil, no estacionamento do Shopping Salvador, e que o restante do pagamento seria realizado no êxito do processo.  Marcelo também contou que iria se reunir com a desembargadora Ilona Reis para resolver o voto e que, se fosse necessário, o julgamento da ação seria retirado da pauta.  

 

A desembargadora Ilona Reis, conforme informou o delator, tinha como operadores os advogados Marcelo Junqueira Ayres, ex-juiz eleitoral do TRE-BA, e Fabrício Boer. No esquema, Júlio César escrevia as decisões negociadas. Em um caso, teria havido captação de propina de R$ 800 mil. 

 

Com os rumores de que seria alvo da operação, ao contrário de Lígia Ramos, que tentou destruir provas, a desembargadora Ilona Reis procurou ficar fora do radar em boa parte deste ano, pedindo afastamentos e adiando julgamentos que a pudessem colocar em risco. 

 

Durante o ano, Ilona Reis foi investigada por uma comissão formada por desembargadores do TJ-BA por determinação do CNJ por atuação no esquema de venda de sentenças na disputa de terras do oeste baiano. Ela foi presa temporariamente nesta segunda-feira (14), mas tentou fugir da polícia em um carro com “placa fria” 

 

 

por Cláudia Cardozo - Bahia Notícias

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